Salmo 98
by Rev. Moacir Gabriel
by Rev. Moacir Gabriel
A primeira leitura causou-me um certo estranhamento. Tive a impressão de que a NVI, no versículo três, mais precisamente as expressões "amor leal" e "fidelidade", seriam expressões com algum pararelo às expressões utilizadas por João ao final do seu prólogo: "graça" e "verdade" (Jão 1.17). Confirmei a impressão lançando mão do Hebraico e do Grego. Contudo, a razão definitiva para apontar o prólogo do evangelho de Jão como leitura auxiliar ao salmo 98 não foi tal paralelo. Uma leitura atenta do salmo permiiu-me entender o mesmo como aclamação à revelação da justiça, um convite para que todos, incluindo a criação, aclamasse essa revelação (v. 2) e como minha leitura é cristocêntrica, entendo que a revelação definitiva da justiça de Deus é a revelação feita na pessoa de Jesus de Nazaré, o Cristo ressureto. A diferença fica por conta da expectativa do eu lírico do salmo 98, a qual é frustrada, como se vê em "mas o mundo não o reconheceu" (Jo 1.10). Ao contrário do que pede o salmista, o mundo - tudo o que foi feito por intermédio dele - não o aclamou.